O Antagonista destacou um trecho de artigo de Joaquim Falcão, professor de Direito da FGV. O título deste artigo é o destaque do trecho:
“O julgamento do ex-presidente Lula, em Porto Alegre, é mais do que mera decisão judicial. É momento simbólico da mania de justiça que assola o país. Desde o Mensalão.
É um sentimento mais profundo. Além da política. Que despertou em milhões de brasileiros. Nos amplos setores da vida cotidiana de cada um (…).
Esse sentimento, essa mania de justiça, é civilizatório. É uma espécie de ‘jusmania’.
Mas como concretizá-lo?
Hoje, ele ainda é canalizado para o Poder Judiciário. Tarefa de policiais, procuradores, defensores, advogados, juízes e tribunais. Até quando? (…)
Não se aguenta mais o Judiciário transformar a concretização da justiça em momento infinito.
Já não se discute a futura decisão do TRF-4. Discutem-se os recursos que vão se multiplicar.
No fundo, depositário institucional da mania de justiça, o Judiciário demonstra que faz dos recursos que aceita a armadilha de si mesmo.
Não usa sua independência para se proteger. Deixa-se usar. É refém passivo da iniciativa dos advogados por novos recursos.
Recursos podem beneficiar réus, embora rarissimamente os números mostrem. Aumentam a clientela dos advogados, mas, sobretudo, desgastam o Poder Judiciário.
Nesse desgaste mora o perigo da impaciência e indignação popular.
Sentimentos não são eternos.”