
A operação Luz da Infância, coordenada pelo ministro Sérgio Moro, desmantelou rede de pedófilos e prendeu 63 suspeitos de cometer o crime na inernet. Entre eles estava um aluno da USP, do departamento de Humanas, conhecida como FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). O “estudante” foi preso ainda em sala de aula.
Nota da Direção sobre a ação policial:
Na manhã desta quinta-feira, 28 de março de 2019, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP) foi surpreendida por uma ação policial nos edifícios da Diretoria e Administração, Prof. Antonio Candido (Letras) e no de Filosofia e Ciências Sociais. Policiais Civis uniformizados e fortemente armados entraram em salas de aula para buscar um aluno acusado de crime potencialmente grave que choca a comunidade. O estudante foi levado para uma delegacia onde responde a acusações.
Esta Faculdade é inteiramente a favor do combate a crimes potencialmente graves que chocam a comunidade. Temos uma longa tradição de estudos e ações com vistas a combater quaisquer tipos de violência.
Sem entrar no mérito das acusações, que a Justiça irá julgar, resguardados os direitos também do acusado, de acordo com os preceitos do Estado democrático, chocou-nos a desproporcionalidade entre os fins e os meios do procedimento policial. Por que o aluno não foi preso na sua residência, como seria típico de um flagrante? Para que interromper aulas com armas à vista na Universidade? Para que mobilizar duas dezenas de policiais uniformizados e com uso de metralhadoras para prender o acusado nos prédios da USP?
A diretoria da Faculdade está acionando a procuradoria da Universidade com vistas a esclarecer o episódio. Não vamos aceitar calados que a imagem da FFLCH-USP e a autonomia desta instituição sejam violados por ações injustificáveis. O mais do que necessário combate à criminalidade não pode justificar a agressão às instituições universitárias.
São Paulo, 28 de março de 2019
Diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
A revista Época também condenou a ação policial, como mostra a ilustração deste artigo.
A comunidade acadêmica que não compartilha pornografia infantil não precisa ficar assustada.