Buraco na camada de ozônio é o menor desde 1988

WASHINGTON — Em meio a tantas notícias negativas sobre o meio ambiente e o clima no planeta, a agência espacial americana informou que o buraco na camada de ozônio — responsável pela proteção do planeta contra a radiação solar — é o menor desde 1988, segundo medições satelitais. Durante o pico, no dia 11 de setembro, a área desprotegida sobre a Antártica media 19,7 milhões de quilômetros quadrados, duas vezes e meia a área dos EUA, imenso, mas cerca de 2,6 milhões de quilômetros quadrados menor que em 2016.

Todos os anos, o buraco na camada de ozônio alcança o seu máximo durante o mês de setembro, e depois se recompõe a partir de outubro. Por meio de satélites, a Nasa realiza medições, que são complementadas com dados coletados por balões meteorológicos da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês). As informações coletadas pelas duas agências indicam a menor depleção do ozônio sobre o continente durante o pico desde 1988, mas essa melhora está relacionada com as condições climáticas, não com as ações de conservação.

— O buraco na camada de ozônio sobre a Antártica estava excepcionalmente fraco este ano — comentou Paul Newman, chefe cientista para Ciências da Terra no Centro de Voos Espaciais Gooddard, em Maryland. — Era o que nós esperávamos ver dadas as condições climáticas na estratosfera da Antártica.

Segundo os cientistas, a camada de ozônio foi fortemente influenciada por um vórtex instável e quente sobre a Antártica, o que ajudou a minimizar a formação de nuvens estratosféricas polares na baixa estratosfera. A formação e persistência dessas nuvens provocam reações químicas que destroem o ozônio. Essa condição atípica, com um forte sistema de baixa pressão girando no sentido horário na atmosfera antártica, é semelhante com o que acontece normalmente no Ártico, onde a depleção do ozônio é muito menos severa.

Em 2016, temperaturas estratosféricas mais quentes também restringiram o aumento do buraco na camada de ozônio. O pico foi de 23 milhões de quilômetros quadrados, cerca de 5,2 milhões de quilômetros quadrados a menos que em 2015. A média dos picos desde 1991 é de aproximadamente 25,9 milhões de quilômetros quadrados.

Mesmo com o impacto das temperaturas mais altas, o buraco na camada de ozônio continua grande por causa dos ainda elevados níveis de emissões de substâncias como o cloro e o bromo, que destroem as moléculas de ozônio. Há 13 anos, a comunidade internacional assinou o Protocolo de Montreal que restringiu o uso do clorofluorcarbono. Os cientistas esperam que a camada de ozônio seja recuperada aos níveis de 1980 por volta de 2070.

 

Fonte: EXTRA