Superávit não dá respeito

O Brasil não é levado a sério e podemos aprender como recuperar esse respeito observando outros países líderes.

O Brasil está se arrastando há anos em crises e o povo não parece crer na eficácia do voto para garantir o pão na mesa. Acontece que se nós não pararmos de crer no “país do futuro” para construir o nosso presente com trabalho e respeito, continuaremos servindo aos demais países, para quem, aliás, é conveniente que continuemos como simples importadores de produtos feitos com nossas matérias-primas.

Independente de gostarmos ou não de Donald Trump, devemos admitir que o presidente da maior potencia mundial é bom no que faz e tem acertado em várias decisões, como foi o caso agora nas negociações com a China (para saber mais sobre isso, acesse as leituras sugeridas no rodapé). Tudo em Trump é superlativo, por isso é muito criticado mas aqui cabe lembrar que só erra quem faz.

Amizade é uma coisa boa mas nos negócios pode atrapalhar. Diferente de Obama, Trump não procurou a amizade dos chineses, porque eles estão preocupados em ganhar e não fazem algo se não forem ganhar com isso, e Trump sabe disso.

Diferente do presidente americano, o currículo dos nossos políticos pode ser resumido a ter sido apadrinhado (Q.I.), fazendo carreira política. Quanto ao modo de negociação, nossas autoridades preferem o modelo que poderíamos chamar ganha-ganha-perde: em que o povo brasileiro paga a conta, como foi o caso em Cuba, na Venezuela, Angola, Zimbabue, Congo e sabe lá quantas ditaduras mais.

Dilma e Fidel Castro

Teodoro Obiang e Lula

A China é a maior parceira comercial do Brasil e, além da Argentina, os demais países do Mercosul não figuram nos top 10 nesta lista. Os acordos comerciais brasileiros são irrelevantes. Pior é ver que o governo, ao falar em criar uma “cultura exportadora“, joga a culpa do desastre da política econômica estrangeira nas costas do empresariado brasileiro, que faz mágicas com tão poucos recursos, tanta corrupção com taxas e multas e tanta burocracia.

Contudo, é preciso dizer que a culpa é do povo que não está devidamente preocupado com trabalho ou educação. Nossa preocupação geralmente oscila entre os feriados e as férias – qualquer semelhança com o conto popular da cigarra e da formiga não é mera coincidência. Enquanto aqui proibimos que jovens trabalhem, nos EUA e em muitos outros países de primeiro mundo o trabalho é estimulado e enriquecer não é crime.

Trump conquistou o respeito dos chineses. O que nós podemos fazer para conseguir respeito? Um bom passo é começarmos a eleger, em todas as esferas, apenas pessoas alfabetizadas e cobrá-las sempre, acabando com a conversa fiada de que futebol, religião e política não se discute.

“Um homem sem passado não tem futuro.” ~ dito popular.

Não sugerimos ter Trump como modelo, mas há coisas que podemos aprender com ele. Por outro lado, ao seguirmos as modas recebemos a pecha, perante o mundo, de anão diplomático (Israel), de ignorantes da nossa própria história (Inglaterra), de não sermos um país sério (França) etc.

Negócios devem dar lucro e respeito deve ser conquistado, esse era também o papel da declamação em excelente mandarin da neta de Trump. Brigamos muito pela amizade mas volta e meia abrimos mão da oportunidade de lutar pelo certo e justo, sob o pretesto de não sermos dinheiristas, de sermos humildes etc.

E para fechar, um pouquinho sobre o papel da imprensa em informar:

Vemos na internet a foto acima, do mesmo jornal, vendido em diferentes regiões dos EUA de acordo com o número de democratas e republicanos naquela área, com diferentes leads: “Trump diminui o tom” e “Trump fala grosso ao muro”.

 

Sugestão de leitura:

Da visita à Cidade Proibida e as negociações
Das fake-news, ou da cobertura da imprensa