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Genésio Tavares

A França é Aqui

Por Editorial

Os problemas que levaram à atual situação situação ruim nos dois países são idênticos.

Por O Imperialista

Apesar de nacionalista secular, Zemmour ressoa ideias de Weininger, Maurras e Evola.

Em seu best-seller de 2014, “Le Suicide Français”, Éric Zemmour atribui a decadência da França à feminização, à emasculação do país e à morte da figura paterna como árbitro da identidade nacional. Anos mais tarde, em sua primeira candidatura, o autor foi derrotado por um afeminado (Macron) e uma mulher “feminista de direita” (Marine).

Le Suicide Français, o tratado das ideias políticas de Zemmour, é um livro de um pessimismo que lembra Dominique Venner e Oswald Spengler. O livro foi uma febre, na época em que saiu, alavancando a popularidade do hoje internacionalmente famoso autor. Zemmour apresenta como uma análise direta dos “quarenta anos que desfizeram a França”, marca do pessimismo que permeia o país agora e ao cataclismo da mídia que acompanhou o lançamento do livro.

Zemmour traça os males da França até a morte, em 1970, do patriarca do pós-guerra, Charles de Gaulle, que coincidiu com o que ele vê como a trágica morte do patriarcado, começando com os protestos de maio de 1968. “Nossa paixão imoderada pela Revolução nos cegou e perverteu”, escreve Zemmour. “A França que saiu de maio de 68 proclama a vingança… da feminilidade sobre a virilidade”. Ele então demonstra as muitas maneiras pelas quais os movimentos feministas e outros movimentos de “libertação” causaram danos, pintando um retrato da moralidade “retrógrada” decorrente da ortodoxia do “É proibido proibir”, que tem impulsionado o país desde então. Le père, em sua concepção, representa todos os princípios que uma nação precisa para prosperar – estoicismo, sacrifício, gratificação adiada – “O pai encarna a lei e o princípio da realidade em oposição ao princípio do prazer”. La féminité, em conjunto com o feminismo, desvincula essas estruturas de retidão, desfazendo a família. A “busca pela felicidade tornou-se o grande negócio de todos”, reclama Zemmour. O resultado da revolta contracultural foi o “lema de 1968: Dérision, Déconstruction, Destruction”, que “solapou as bases de todas as estruturas tradicionais: família, nação, trabalho, Estado, escola”.

Uma vez que Zemmour tenha identificado a fonte da podridão no centro de tudo, é fácil para ele desvendar cada desenvolvimento social e legal sucessivo que esculpiu a glória da França. A legalização do aborto foi um “suicídio coletivo”, porque o peso demográfico das crianças francesas que nunca nasceram equivalia a “poder perdido, desaparecido para sempre”. A emergência da “homossexualidade triunfante” está ligada à “evolução decisiva do capitalismo”, porque o capitalismo ocidental tem uma necessidade insaciável de consumismo, e “o universo homossexual, especialmente o masculino, encarna o templo do prazer desenfreado, da sexualidade sem restrições, hedonismo sem limites”. A revolução sexual levou a um “bovaryismo feminino que se santifica como valor supremo nas relações entre os sexos. A normalização do divórcio revelou o “destino paradoxal das feministas de realizar o sonho da irresponsabilidade absoluta, pelo qual protestaram contra gerações de machos predadores”. Zemmour continua: o aumento da delinquência nas décadas de 1980 e 1990 veio principalmente de “famílias de imigrantes que a França acolheu” e foi tão distorcida pela esquerda que “gangues de traficantes, ladrões e estupradores são santificados, eternas vítimas de uma ordem neocolonial e racista. O que chamamos de delinquência, eles chamam de vítimas; o que chamamos de vítimas, eles chamam de culpados.” E, é claro, uma vez que de Gaulle se foi, a França foi confrontada com a escolha de “curvar-se diante do império americano ou se afogar na Europa”.

Eric Zemmour analisa o problema francês e ocidental com racionalidade e reflexão, porque as coisas não vão bem, e de quem é a culpa? Família, soberania, cultura, valores tradicionais – essas são as ansiedades dos franceses, que nunca se importaram muito com a ideia de globalização, e agora estão sendo pressionados a se abrirem para um programa econômico mais ao estilo americano e se submeterem à crescente supervisão europeia. Na França de hoje, o descontentamento de Zemmour é generalizado – se ele não chega ao cerne da questão, aproxima-se em um bom caminho.