O salário médio no Paraná aumentou 72,8% em seis anos. O valor, que era de R$ 1.586,16 em dezembro de 2010, passou para R$ 2.741,51 em dezembro do ano passado. Foi a maior variação entre os estados do Sul e do Sudeste, à frente de Santa Catarina (72,3%) e Rio Grande do Sul (69,8%). Em termos reais, já descontada a inflação no período medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o salário do Paraná cresceu 15,4%.
Os dados são de um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) com base nos números da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgada pelo Ministério do Trabalho.
A pesquisa refere-se ao mercado formal de trabalho e abrange tanto os salários pagos pela iniciativa privada quanto pela administração pública. O levantamento mostra que a remuneração no Paraná cresceu acima da média brasileira. No País, o salário médio teve avanço de 63,8%, de R$ 1.742,62 para R$ 2.852 – reajuste real de 9,3%.
De acordo com Júlio Suzuki Junior, diretor-presidente do Ipardes, a indústria, a agropecuária e os serviços foram os setores que mais reajustaram salários no Estado no período.
Entre 2010 e 2016, o maior crescimento foi na indústria têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos, com variação salarial de 88,7%, de R$ 890,58 para R$ 1.680,33. Em segundo lugar ficou a indústria química de produtos farmacêuticos e veterinários, com reajuste de 87%, de R$ 1.731,40 para R$ 3.238,02. Na agropecuária, houve aumento de 82,1% – a terceira maior variação, de R$ 994,16 para R$ 1.810,39.
MESMO NA CRISE
De acordo com Suzuki Júnior, a remuneração cresceu no Paraná mesmo com a crise econômica, que aumentou o desemprego em todo País. “O ápice da crise brasileira foi em 2016, mas mesmo assim houve crescimento real nos salários pagos no mercado formal de trabalho em relação a 2010. No caso do Paraná, o setor industrial, por exemplo, que tradicionalmente paga salários maiores – foi beneficiado pela chegada de novas empresas, com incentivos do programa Paraná Competitivo”, diz.
Alguns setores também ajudaram a puxar a média salarial para cima, porque tanto aumentaram a remuneração quanto o estoque de empregos. É o caso das instituições de ensino e das empresas de crédito, seguros e capitalização. O salário pago no setor de ensino cresceu 75,8% entre 2010 e 2016, para R$ 4.655,35. As instituições de crédito, por sua vez, reajustaram em 51,1% a remuneração, para R$ 5.511,18.
O estoque de trabalhadores formais no ensino aumentou 23,9%, de 101,7 mil, em 2010, para 126,03 mil em 2016.
As empresas de crédito e capitalização tinham 54,4 mil funcionários formais em 2016, 15% mais do que em 2010 (47,3 mil).
Fonte: Diário Indústria & Comércio