Como a Mídia Induz para sua Narrativa

Da esquerda para a direita: Eduardo, Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro.

Lucília Coutinho

Reparem que a narrativa de que os filhos estão muito perto do Presidente começou bem antes dos vazamentos: foram preparando o terreno, batendo na tecla, falando todos os dias para acostumar nossos ouvidos, jogar-nos contra os filhos, acreditar que se intrometem na governança e, enfim, isolar Bolsonaro. Muitos caíram na conversa pensando num idealismo empresarial, jamais atinando que este é o governo mais visado que já houve, aliás o único, e o Brasil esquerdista não é uma empresa, mas um campo de guerra.

Dava ar de isenção falar que a família perto pegava mal e tirava o profissionalismo sem considerar que a situação é totalmente diferente. Cabe lembrar que ninguém foi incisivo ao falar da cria do molusco, há muita coisa ainda mal explicada e ocultada. A desculpa para falar dos filhos e não dos crimes esquerdistas que continuam acontecendo Brasil afora é que Bolsonaro é o presidente, sendo natural dedicar-se mais àquilo que lhe toca.

Notem: a mídia não tem pressa. Ela prepara o terreno, constrói seu imaginário, já fornece com antecedência as respostas que você tem que dar no caso de ser contestado, faz do seu público o seu exército e termina dizendo que tinha razão quando tem sucesso na representação do script.

A mídia, até outro dia, não contava com o improviso. E só pode improvisar quem conhece bem toda a escala para fazer um belíssimo solo antes da música continuar.

Golpistas sempre distraem a vítima para não chamar a atenção para a verdade do truque.