Vlady Oliver
A SEITA QUE DÓI MENOS
Pensem só um pouquinho: eu vi bem de perto uma seita nascer aqui nas terras brasilis. O adubo de que ela precisa é a insatisfação. O caminho fácil pelo atalho. Vender ao cabrunco que ele também pode chegar lá, mesmo sem ter formação intelectual ou moral alguma. Oferecer o céu de brigadeiro em suaves prestações, pagas em suadas transações. Ontem eu vi a coletiva de imprensa do “porta voz” e a câmera deu um closão na platéia, toda “jornalística”. Bastam alguns segundos daquela imagem para a gente concluir o mal que foi feito pelo socialismo rumbeiro no país, nos últimos semestres letivos. É picaretagem pura. Os tais “jornalistas” se dividem nos clássicos da parada e numa banda podre formada por correspondência, onde estar num evento presidencial ou num baile funk é a mesma coisa. Que fique bem claro: não é um preconceito individual de minha parte. É uma constatação, oriunda de uma “formatação” ideológica que não pára em pé. Um professorzinho das “humanas” disse que aquela gente é jornalista. E eles acreditaram. Nessa farsa porcamente urdida, “lacrar” é mais importante do que informar. Daí as coisas pesam. A pessoa pergunta pro porta voz se “jornalista é inimigo”. Em condições normais, não seria. Naquela, infelizmente, os inimigos tem um código próprio, uma abordagem ambígua e uma cara de quem quer dominar a narrativa que não combina nem de perto com uma pálida noção do que é jornalismo de verdade. No jornalismo, o protagonismo é do entrevistado. O entrevistador que mergulhe na sua insignificância e espere sua vez de ser alguém na vida. Com essa maldita mania de ser lacrador primeiro, você não chega à esquina. Vai tentando…