Manchete e Matéria Mentirosas Replicadas em Cascata na Grande Mídia.

Por Felipe Fiamenghi

Você vê que a imprensa morreu quando, para justificar seus posicionamentos ideológicos, não apenas escrevem uma matéria repleta de erros técnicos, como também chamam um “especialista” para corroborar suas informações inverídicas.

Começando pelo começo, o “perito” citado na matéria NÃO É um perito policial e muito menos participou da análise deste crime. É um perito particular, estrangeiro, dono de uma empresa de perícias no Brasil.

Sobre as informações a seguir, não sei se foram erros do “especialista” ou do jornalista. Mas todos estão na reportagem.

1°: Não é e nunca foi “fácil” adquirir uma arma de fogo no Brasil. É e sempre foi caro (ao contrário do que diz a reportagem), burocrático e demorado. Seja pelo Exército, para uso esportivo, ou pela Policia Federal, para defesa, é OBRIGATÓRIO ser maior de 25 anos, ter aptidão técnica e psicológica comprovada por profissionais credenciados, possuir comprovantes de residência e ocupação lícita, além de apresentar certidão negativa de antecedentes criminais (estadual e federal).

2°: A arma usada na chacina não foi uma 12mm. 12mm seria, no sistema imperial, um calibre .50. A “família” .50/12mm sempre foi proibida no Brasil. Armas de alma lisa têm o calibre medido em gauge. A arma do crime, portanto, é uma 12GA.

3°: Não existem armas em 12GA de “cano curto” disponíveis no mercado brasileiro. Pode existir alguma exceção, que tenha vindo importada, mas neste caso não custaria R$1000,00, como afirma a reportagem. Aliás, a arma mais barata, nesta configuração, disponível no mercado, custa por volta de R$2500,00. É uma espingarda monotiro, com cano de 28″.

4°: A arma utilizada na chacina não custa R$3.000,00. Se o “especialista” disse isso, deve ter olhado o valor da parcela. No mercado legal, seu valor é R$7500,00, em média.

5°: Erros à parte; a informação mais importante de todas, que a reportagem “esqueceu” de citar: Não estamos falando de armas legais.

Esse é o principal ponto que os desarmamentistas esquecem, quando tecem seus argumentos (geralmente alimentados com falácias de “especialistas” de prateleira): CRIMINOSOS VIVEM NO CRIME. Eles não se importam nem um pouco em “seguir a lei”. Proibir o armamento civil não vai impedir que outras chacinas aconteçam, mas vai impedir que, em algum caso, as vítimas tenham chance de defesa.

Os dados de violência dos últimos anos, registrando a vertiginosa queda nos homicídios, inversamente proporcional ao aumento do número de armas de fogo legalizadas, são a prova inequívoca de que o Brasil não é diferente do resto do mundo; onde campanhas de armamento civil SEMPRE reduzem os índices de criminalidade.

Quando a presa está armada, o predador dorme com fome. E não tem “especialista” que prove o contrário.