Funcionários do Twitter admitiram que baniam contas da rede porque não concordavam com suas opiniões políticas, alguns vangloriaram-se disso.
Uma reportagem, feita a partir de câmeras ocultas, mostra funcionários e ex-funcionários do Twitter admitindo que eles “obscurecem” as contas com inclinações à direta, o que essencialmente equivale a baní-las da plataforma sem que essas pessoas percebam; ao mesmo tempo em que deixam passar as contas de tendência esquerdista sem o mesmo escrutínio.
Principais exemplos da reportagem:
- Steven Pierre, engenheiro do Twitter, explica o “shadow ban” (proibição encoberta): “é uma forma de banir um tipo de discurso.”
- O ex-engenheiro de software do Twitter, Abhinav Vadrevu, sobre a proibição encoberta: “a idéia da probição encoberta é que as pessoas pensam que ninguém está interagindo com seu conteúdo, quando, na realidade, ninguém está vendo o conteúdo.”
- O ex-agente de Revisão de Conteúdo do Twitter, Mo Norai, explica o processo de proibição: “digamos que fosse uma coisa pró-Trump e eu sou anti-Trump, eu bania a conta inteira, … fica a seu critério.”
- Quando perguntaram se o processo de proibição era uma regra não escrita, Norai diz: “Muito. [Temos] Muitas regras não escritas… Nunca foi escrito, era mais dito.”
- Olinda Hassan, gerente de Políticas de Segurança para o Twitter, explica: “estamos tentando ‘rebaixar a classificação’ … para que pessoas de merda não apareçam”, “estamos trabalhando [nisso] agora.”
- Sobre o “banimento encoberto” ser usado para, sorrateiramente, perseguir visões políticas o engenheiro Steven Pierre disse: “É o lance”.
- A automatização da censura de certos pontos de vista políticos acontece por meio de “machine learning” (aprendizagem computacional), disse o engenheiro de software do Twitter, Abhinav Vadrevu.
- Parnay Singh, engenheiro de Mensagens Diretas do Twitter, sobre as máquinas aprenderem algoritmos: “você tem cinco mil palavras-chave para descrever um caipira …” “a maioria deles [algoritmos] é para os republicanos”.
O Twitter respondeu à reportagem por meio de um porta-voz:
“Os indivíduos retratados neste vídeo falaram a título pessoal e não representam nem falam pelo Twitter”.
“Deploramos as táticas enganosas e secretas pelas quais esta filmagem foi obtida e editada seletivamente para se adequar a uma narrativa pré-determinada. O Twitter está empenhado em impor nossas regras sem preconceito e capacitar cada voz em nossa plataforma, de acordo com as Regras do Twitter”.
“O Twitter não bane de forma encoberta as contas.”
“Nós tomamos medidas para diminuir a classificação de contas que são abusivas, e as marcamos em conformidade para que as pessoas ainda possam clicar e ver essas informações, se assim escolherem … Isso torna o conteúdo menos visível no Twitter, nos resultados de pesquisa, respostas e nas timelines.”
E concluiu o porta-voz: “Limitar a visibilidade do tweet depende de uma série de sinais sobre a natureza da interação e a qualidade do conteúdo.”
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